quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Coisas que se pensa e não se diz


Sabe quando você está às 7:00 hs da manhã, sentada em uma carteira, pedindo para alguma coisa que você sabe que não vai acontecer... Acontecer? Sabe quando você optaria por uma bigorna cair na sua cabeça apenas para você morrer e não ouvir mais sobre Empirismo e Racionalismo? É aí que a gente percebe que o polígrafo é um ótimo caderno de desenhos e anotações. Dia desses, eu quase acreditei que estava virando zumbi enquanto lutava para não desmair na frente da turma, entregue ao sono. O professor resolveu 'abrir fogo' com a boca e conseguiu vencer a Six falando mais de seis palavras a cada segundo e meio. Então resolvi puxar um bloco de anotações, como perdi a noção, ou melhor: A pouca noção que tinha sobre como desenhar, resolvi não arriscar a tentar fazer bonecos se divertindo (coisa que eu não poderia fazer ali), e comecei a fazer um resumo do ano. Ironicamente, me animei com o resultado. Cheguei a conclusão que deveria escrever algum lixo mental nesse blog desatualizado. Basicamente porque não escrevo oque eu penso. Aliás, eu não escrevo, não falo, e não demonstro oque eu penso. Mas algum dia, você me pega de bom humor, limpando minha máscara e eu simplesmente resolvo falar de mim sem 2% de receio do que vão pensar. Acredite: Isso É raro. Hoje é um dia desses. Prometo que não vou despejar as minhas anotações básicas, mas como algumas coisas precisam ser ditas e ouvidas, lidas, entendidas e diabo a quatro por algumas pessoas... Cá estou. Ahh... Como pude esquecer, as pessoas que adoram saber da minha vida, eu faço tanta questão de... Não digo esconder, mas de passar o menos perceptível possivel, não é? Acabo deixando essas pessoas que tanto zelam pelas coisas que eu faço desapontadas... Bem, então vamos fazer alguma coisa por essa gente! Mas voltando ao foco... Eu acho que esse ano foi de um todo muito bom... Ja estamos em dezembro, o ano passou rápido e foi de grandes conquistas, ele começou bem, e não houve nada nesse ano que tirasse o sorriso do meu rosto (apesar de ele não andar estampado na minha cara. Quem disse que eu sou sociavel ou sorridente? detalhe.) Eu descobri alguns blogs que salvaram o ano, eis alguns nos favoritos. Blogs de gente incrivelmente inteligente e descontraída. O cursinho vai ótimo-obrigado. Apesar de algumas aulas serem um porre, os amigos que eu fiz lá me valeram, apesar de alguns pensarem que eu tenho caso com uma das minhas amigas, é só boato. Nunca conheci alguém tão Hetero quanto a Lélly, minha melhor amiga lá dentro. Também fiz inimigas(que novidade né?) falando assim até parece que eu sou perseguida por gente odiosa... Capaz....que não! (hahahahaha faz parte) Ja cheguei a conclusão que sou polêmica demais para sair 'bege' por onde sou relativamente conhecida. Bem simples, a regra funciona assim: Ou as pessoas me adoram e querem me apertar como forma de carinho (isso dói gente! D:) Ou.... Elas querem me degolar com bisturí, arame farpado(essa é velha) ou fazer eu engolir provas de biologia amassadas(interna). O fato é que esses dias fui mal interpretada até por minha 'sweetheart'. Oque quase causou a decepação dos meus dedos da mão direita! (Deus me livre!!) Oque tem posar na casa das coleguinhas de cursinho? (6) Ao meu ver, nada de anormal. Esse povo me diverte... Bom, falando em povo, meu sensei deve estar querendo meu sangue ja que ando sumida do karatê(todo mundo que me conhece sabe que eu faço karatê desde sempre) e cá entre nós, é só por esse motivo básico que não mandaram algum 'CJ'(vide GTA) me capar os dedos....hahahahaha... Capaz... Sempre tentei esconder isso das pessoas, mas elas acabam descobrindo, e ficam com medo. Calma lá! Não sou louca de sair espancando as pessoas(e olha que ja teve gente que mereceu perder algumas costelas, uns 15 dentes e um traumatismo craniano leve). Ammm... ok, para todos os efeitos o cursinhu toma tempo demais e no momento eu não posso ir ao karatê. Na verdade, eu não estou com vontade de fazer meu exame de SHODAN(vulgo 'faixa preta' popularmente). É bem complicado e exige mais folego do que eu tenho a oferecer... Resultado: quase certo que eu vou ficar 'pendurada' no exame. Precido me preparar, mas cada coisa a seu tempo. Agora eu tenho que entrar na droga da faculdade. O ruim da coisa quando a palavra faculdade vem a cabeça é o desgosto de não poder fazer o curso que eu queria. Sim, quase todo mundo passa por isso. Mas não é tão ruim assim, não escolhi algo (de segunda opção de livre e espontânea pressão) que eu não gostasse. Apenas gosto menos. O curso que eu vou fazer? Informe-se... Não acha mesmo que eu diria assim tão fácil né? (Nunca disse que era amável ^^)Ok... Me organizando: Karatê... Cursinho/Faculdade... Amigos... Ahh sim: Amigos, conheci muita gente nova esse ano, e final do ano passado... Muita guria nova, fiquei sabendo de muita coisa, muitas festas, muitas danças e putiações,mas conheci uma em especial que me fez acalmar... E eu estava precisando. Existe muita garota nessa cidade. É como colecionar cards. Você insiste nos que você quer, pega, gasta tempo, brinca, enjoa e joga fora. Existe aqueles cards que você não quer, mas que acabam na lista também. Ok. Mas selecionando a dedo... Ja conheço todas(ou quase), ja 'utilizei' as melhores, as médias... Aí você pergunta: e 'ruins'(vulgo feias). Bom: para essas eu sou hetero. Ha-ha-ha. (O pior é quando te agarram a força nas festas!! Não é bom lembrar...faz mal a saúde, deixa pra lá mesmo!) Mas essa coisa egocentrica me deixa brava comigo mesma. Você não precisa sair falando quem e como você pegou ou deixou de pegar para saber seu valor. Ainda prefiro não falar. Nada sabe? E aí voltamos a idéia central do post. Eu não falo. Se você fica sabendo algo de mim, é porque eu ja fiz isso a muito tempo. Aí está a graça das coisas, mas as vezes chateia ser tão pensativa e furtiva. Desassossegada, é isso!Gente Desassossegada que corre atrás da felicidade possível, e uma vez alcançado se quinhão, não sossegam: Saem atrás da felicidade improvavel. Desassossegados amam com atropelo, cultivam fantasias reais de amores sublimes, fartos e eternos, são apressados, cheio de ansias e desejos... Amam MUITO MAIS do que necessitam, e recebem muito menos do que planejavam! Desassossegados pensam acordados e dormindo, falando e escutando. Pensam antes de concordar, e, quando discordam... Pensam que pensam melhor, e pensam com clareza uns dias, e com mente turva em outros. Pensam TANTO que pensam que descansam . Gente DENSA! É como eu sou, principalmente nas refeições. Mas pode ter certeza de algo: Se eu concordar mais do que 4 vezes com tudo oque você diz, é porque eu estou cagando para oque você está dizendo. E geralmente é assim. Não é antipatía, talvez seja um tipo de sociopatia, quam sabe?. Vasculhando aqui ainda citei no bloco algumas coisas comicas, nesse tópico eu tive que citar algo que notei em seres que na minha ausencia se jogaram a sorte e as traças, Jesuuuus!!! Não vou citar nome, mas existe pessoas em especial que se eu pudesse mandar um recado, eu diria: Mas quem te viu quem te vê hein? Decaiu no meu conceito legal. E ja não são um nem dois, acho que as pessoas se deprimem tanto que se jogam no que vier. Ok, admito que pensei no meu ex namorado. hahahahaha, mas deixa. Ele é um cara bom, por isso merece respeito. Quando ao resto, não merece respeito algum. Retomando, lembrei de citar o porque da foto do post. É uma foto do Itaimbé, eu gostaria de algo melhor, mas na falta, esta aqui serve. O itaimbé sempre significou momentos de lazer e alegria, e como este post tem relação direta com isso, bingo! A foto foi escolhida. Talvez este seja o ultimo post do ano ja que eu demoro muito a postar. Geralmente porque tenho coisas melhores para fazer. Ao contrário do que muitos pensam, eu não sou um robô. Eu penso e sinto... Só não digo. Por falar em dizer, a algo aqui a se comentar... Minha little sweetheart vai para a praia comigo, caaaara eu estou muito feliz com isso. Passar lá sem ninguem só secando as gurias não tem graça. Com ela, vai ser tudo diferente. Vamos fazer mil e uma coisas lá (risada maléfica... É, óbvio, dessa vez você acertou se pensou no que eu pensei). Eu não poderia deixar de cita-la no post. Um das melhores coisas que ja me aconteceu... E foi bem feito para mim, porque mudou um conceito ridículamente irritante que eu tinha sobre 'oque deve ser a garota certa'. Não vou entrar em detalhes, apenas dizer que eu agradeço todos os dias por ter ela comigo. E fico extasiada de ver como ela é comigo. E o fato de ter um 'clone' dela é algo que nunca passou pela minha cabeça de acontecer algum dia. E se querem saber, tem me dado certa dor de cabeça. Se você ama sua garota, e a acha linda, imagine uma gêmea dela. Qual sua reação? Não me venha dizer que você não vai nem olhar para a pobre irmazinha. Gente, gemeas na prática é algo delicado... HOHOHOO eu que o diga, as vezes a natureza fala mais forte e você tem que virar a cabeça para o lado oposto do clone, respirar fundo e apagar os pensamentos pecaminosos. Mas brincadeiras aparte, adoro minha cunhadinha, e a trato com todo respeito. Mas que fique claro, não é fácil não! Principalmente quando vou posar na casa delas. Graças a Deus elas tem pais maravilhosos que me amam e as vezes me deixam sem graça. Um dia ainda vou falar para a sogra que eu não sou 'uma bonequinha de sobretudo, boina e cabelo vermelho' como ela diz. Ai ai... nostalgia...Elas me fizeram mudar o modo de pensar, hoje em dia vejo que eu que combatia tanto o preconceito, era completamente preconceituosa com alguns tipos de gurias. As garotas que jogam futsal. É sério, eu não via aquele grupo com bons olhos, o que é uma lástima, porque são tão capazes e adoráveis quanto garotas que dançam, fazem ballet, tem banda de rock ou jogam xadrez. Aprendi coisas novas esse ano, como assistir futsal feminino e torcer(que mudança radical pra quem torcia o nariz quando passava perto de meninas que gostam desse esporte) Esse ano foi uma lição e tanto. Coisas boas, tempo recuperado, coração recuperado, vida seguindo, sem rancor, sem ódio e nem curiosidade por ninguém. Indiferença? é talvez... O fato é que eu estou muito melhor agora. A gente precisa de gente que adicione, não de pacientes afim de fazer você de psicologa. É tanta coisa... Amigos, festas, cinema, amores, estudo(fazer oque né?), planos, jogos(meu vício de games novos),karatê... Esse ano é apenas uma ponte p/ muitas e muitas coisas novas que vem vindo. Se eu tivesse que escolher uma musica para essa fase da minha vida... Seria The Adventure do Angels and Airwaves. Caso você nunca tenha escutado, baixe e ouça. É linda... Se escutar, lembre de mim.
Ela diz: " Toda a forma de amor deverá ser mostrado como cada árvore apontando para o céu, se você está caído, eu vou deixar você saber que eu vou te por para cima, como você para mim... Olá, aqui estou eu, e aqui vou eu, a vida está esperando para começar."

Eu fico por aqui, algumas coisas eu falei aqui, falei como gente 'nornal' ... De vez em quando é bom praticar a normalidade(me lembrei do meu pai perguntando por quê eu não poderia ser uma guria normal quando disse a ele que tinha montado um grupo para matar zumbis na rua...hahahahaha)... -sobre a Zombie Walk 2009... mas não vou entrar em detalhes.
Falei pouco em relação a tudo de bom que me aconteceu esse ano... Pouco mesmo!
Mas se eu fosse mesmo falar de tudo de bom que houve... precisaria de umas sete ou oito postagens...

Caso eu não volte a postar, a quem teve saco de ler todo esses pensamentos que escaparam da cabeça e vieram parar aqui... Saiba que estou muito muito muito bem-obrigada. Que talvez você não entenda oque eu escrevi, talvez você não tenha gostado do que escrevi aqui, talvez não tenha 'levado fé'no que eu escrevi, mas que o sentido de eu escrever, é que as vezes é bom para pessoas como eu, guardar a máscara na gaveta, olhar para pessoas como VOCÊ... Olhar sua cara sonsa, e falar um pouco do que tanto você teima em tentar descobrir sobre mim.

Ao som de The Adventure'

sábado, 10 de outubro de 2009

Seria Tão Bom


Sair por aquela porta e conhecer alguém sem precisar procurar no meio da multidão. Alguém que soubesse se aproximar sem ser invasiva ou que não se esforçasse tanto para parecer interessante. Alguém de quem eu não quisesse fugir quando a intimidade derrubasse nossas máscaras, que com esforço, ainda que sem êxito, não me atrasasse, para não deixar esperando muito tempo, que segurasse minha mão e tocasse meu coração. Que não me prendesse, não me limitasse, não me mudasse, alguém que me roubasse um beijo no meio de uma briga e me tirasse a razão sem que isso me ameaçasse. Que me olhasse com aquele olhar terno de 'me leva pra casa, me pega no colo'. Que fosse naturalmente desastrada, e conseguisse arrancar suspiros e risada de suas trompadas nas coisas, que cozinhasse lasanha ao meu lado num final de semana, que não soubesse a receita, e que achasse muito Hilário. Que compartilhasse as refeições calada, que reclamasse que tudo (ou quase tudo) é muito caro, que levantasse tarde com a claridade batendo em nosso rosto, que dormisse de conchinha, e que fizesse ser a Melhor conchinha, que não fosse a garota mais linda do mundo, e ainda assim eu não conseguisse olhar em outra direção. Que me encontrasse até quando eu tento desesperadamente me esconder do mundo. Alguem que tem respostas curtas para tudo, que tem decisão no diz, mas que se desmancha quando lhe lanço um olhar, que assiste filme ao meu lado e que não vê o filme. Alguém pela qual eu vou em treinos, e quero filmar e fotografar e ela não deixa. Alguém que me faz lembrar de comprar bombons, que me faz não esquecer datas especiais (coisa que eu sempre esquecia), alguem a quem eu dei uma rosa no pior dia do ano, dia tempestuoso, alguém irritantemente insistente(mas que não consigo viver sem), que sabe o que eu sinto, e o que eu penso sem precisar dirigir uma palavra.Encontrar alguém tão imperfeita como você, perfeita assim, perfeita pra mim.

Simplesmente eu e você

segunda-feira, 20 de julho de 2009

15 de Junho / 20:30 pm


  • ... Se pudesse dizer, diria que não preciso puxar pela memória.
Não era definitivamente qualquer dia comum, nem dia era. Um noite fria, densa, chuvosa e despretensiosa, o ar pesava, difícil de tragar. Arriscaria dizer que no lugar mais inóspito de se permanecer por mais de meia hora, estavam aquelas duas moças.
Estavam a conversar calorosamente em uma espécie de prosa divertida, solta e suave.
Não posso negar, uma das moças me chamou atenção: Tinha baixa estatura, escondia as mãos ligeiramente tremulas e machucadas, certamente tinha algum receio, que eu, não conseguia identificar ao longe.
Já a outra moça de pele rosada, porte médio-alto, cabelo rubro-escuro, sorria e mirava a luz do poste, analisando as gotículas caírem num tom sonso, nem lento, nem rápido, que daria certo tédio, se não fosse tamanha felicidade, ora mirava para trás, a procura de algo ou alguém. Pressa nenhuma das duas tinham, mas o frio que acalentava devagar, cada polegada de pele, fazia o tempo se esvair, como uma ampulheta quebrada e descontrolada esquecida em um voador antigo. A moça a qual citei no inicio, era de uma beleza exótica, era um fato consumado. Incrivelmente não se adaptava a padrões. Era simples, mas completamente deslumbrante, sua pele lisa e nova, repousava milimetricamente nas curvas mais bem-desenhadas que já constatei. Seus cabelos eram negros e pomposos, com cachos fartos que contrastavam com a luz do poste, amarrados cuidadosamente em um rabo-de-cavalo. O sorriso, absolutamente delirante, com seus dentes maciços e brancos, perfeitamente alinhados, quase esculpidos naquela pequena boca. E a boca? Ahhh... a boca inquieta, delicada, com traços finos, lábios vermelhos e firmes. Mas o principal, ninguém deixaria escapar... Era o olhar que ela lançava a todo instante a outra moça. Um olhar terno, frágil, feminino, pulsante e verdadeiro, elas conversaram algum tempo, tempo demais talvez, logo se abraçaram, pareciam uma única pessoa, ali parada no frio, na noite em frente aquela academia. Não era passado, não era retrógrado.
A moça de cabelos rubros estava embargada de uma emoção sem tamanho, enquanto a outra desfilava aquele sorriso estonteante.
Ali teve um começo, eu sei, mas não um começo comum, como tantos, um começo diferente. O começo delas. Que falavam, não sei dizer... Mas deveria ser bom...

Porque naquele momento... elas pareciam infinitas.

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Eu escrevo e descrevo isso de tantas formas, e todas elas serão para ti. Amor.
Prometo lhe embrulhar beijos no papel branco e a sonoridade de minhas musicas: cante-as, para que ao longe eu possa ouvi-las, cante-as para que não esqueça que sou teu ritmo, a embalar-te até que não possa mais, e tu minha melodia, da qual necessito todos os dias.

domingo, 12 de abril de 2009

Uma carta para Elisa


Eu conheci uma garota. Seu nome era Elisa.
Era uma péssima mentirosa. Não podia passar um dia sozinha, ela nunca se satisfazia.
Tinha medo de escrever em papéis nus, franzia o cenho com medo de se perder nas curvas que ela pudesse produzir.
Ela tinha algum amor, mas tudo deu um nó e a vida se perdeu. Longe de ser uma garota certa, ela sabia demais. Oxalá voltasse a ter alguma parte de sua inocencia.

Ela detestava sua letra, mas não parava de escrever, não tão cedo.
Deveria estudar, mas escrevia. Deveria parar, mas escrevia. Deveria respirar, mas escrevia. Talvez ser uma grafomaníaca era a única coisa que sabia fazer.
Temia por suas coisas de valor. Boa parte delas, pessoas, que ela julgava importante, e que a vida fez questão de esfregar lhe na cara o contrário.

Ela dizia para mim:
- " Quando você tem tudo, você tem tudo a perder." - Fui compreender isso anos depois.
Algumas coisas que eu julgava boas, se perderam como pó.

Então eu disse a ela:
- " Meu bem, esteja certa do que você procura, pois nem sempre é disso que você precisa.
Diga-me por quê o primeiro a prometer é sempre o último a cumprir... O fato de você me dar sua palavra, está longe de você cumpri-la."

Então eu fiz uma carta.
A qual pus o título de Uma Carta para Elisa.
Eu gosto do seu nome... Me soa doce, quase como canela. Me soa leve, como pluma.
Sem palavras difíceis, pois tudo era simples. Como Elisa era. Nem trocadilhos, nem entre-linhas. Era como o nu.

A carta dizia mais ou menos isto:

Elisa, meu bem, saia do sol. Não gosto de ver sua pele branca desfragmentar nesse clima odioso.
Suas mãos brancas, jovens e magras, com veias saltadas e pulsantes, a cor azulada da a idéia de correr uma espessa tinta azul por dentro delas. Cobertas raras vezes, por luvas de veludo, nos dias frios dessa cidade. Lembra quando iamos ao parque pela manhã? Oque torna isso tão fabuloso!
Elisa, minha cara, existem coisas que eu tenho que tratar com você. Você é uma menina fabulosa e sabe disso. Mas gasta tempo demais.
Eu deveria ter dito certas coisas erradas um milhão de vezes, mas você disse o dobro.
Se eu pudesse voltar o tempo, rebobinar, eu apenas veria em minha mente, se eu pudesse voltar no tempo, você ainda seria minha.

Você deveria ter calado sua boca quando as coisas pioraram, quando as palavras escorregaram da sua boca, soaram estúpidas. Se esse velho coração pudesse falar, diria que você é a única. Mas as coisas não funcionam assim.

Me desculpe por dormir no sofá aquela noite, eu venho assim como você, distorcendo toda a verdade, mas não mentindo. Não é tão ruim quando você pensa nisso.
É tudo um jogo, é só oque conseguimos fazer, então entre Elisa, e feche a porta.

Esta é mais uma carta para você.
A valsa das letras, a troca equivalente sem nenhuma distorção.