segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O algo mais


- Eu sabia que nós duas corríamos um risco mortal.
Ainda assim, naquele instante, eu me senti bem.
Inteira!
Pude sentir meu coração batendo no peito, o sangue pulsando quente e rápido por minhas veias de novo. Meus pulmões encheram-se do doce aroma que vinha da pele dela. Era como se nunca tivesse
havido um buraco em meu peito. E visivelmente haviam tantos...
Eu estava perfeita - não curada, mas como se nunca tivesse havido ferida.

...

Era como me sentia ao lado dela, naquele instante. Havia poros em mim que simplesmente estavam transbordando felicidade e boas vibrações. Eu senti isso desde que saí do ônibus e a abracei... A primeira de todas, mas a única singular.

As mãos dela quando me tocaram, eram tão suaves e finas, feitas de boa carne e boas linhas, sem machucados nem ranhuras. Diferente das minhas, que tem cicatrizes. As unhas eram pintadas de um bom tom, me pareceu estar tocando as mãos de uma criança, pois eram leves, de tamanho mediano, e deslizavam sobre as minhas, como que por encanto.

O ar angelical que
transparecia da menina me fazia olhar explicitamente para ela, com vislumbre de boba, com um sorriso torto, como sempre. Era tão branca, e sorria para mim quando eu não a observava, ficou calada fitando da cabeça aos pés, certificando-se se era mesmo real, e se era como ela imaginava, era um teste imaginário que sua cabeça preparou, sem ela perceber.

Quando viro para ela, e lhe dirijo a palavra: cala-se, não totalmente, se limita a responder minhas frases sem questionar... Era muito novo para ela. Tinha medo de errar, ou de ser tudo aquilo, um devaneio.

Mas não, tivera a sorte de ser real e
palpável.
Aquela menina não estava lá
atoa, era como uma entrega a ser feita a domicilio.
E realmente foi.

Prelúdio.

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